Uma hora depois de termos estado em Pungo Andongo chegamos a Kalandula, a expectativa era mais que muita, o sol já se mostrava entre as nuvens e a perspectiva de encontrar o arco-íris era enorme.
Embora não sendo a época em que o rio Lucala tem o seu maior caudal (estamos no inicio da época das chuvas), mesmo assim a expectativa não foi defraudada.
Chegados ao local, somos recebidos por uma pequena multidão de miúdos que querem todos ao mesmo tempo ser o guia para descer lá em baixo, querem mostrar tudo, querem guardar a pick up, querem e falam ao mesmo tempo…
O trajecto realizado encontra-se no mesmo mapa do artigo anterior em: mapa
Todos os esforços para comunicar foram em vão.
Só nos restava avançar para o miradouro, com todos eles atrás numa procissão desenfreada de vozes e tropeções.
Chegados ao miradouro e depois de abrir caminho para nos debruçarmos sobre o muro, pudemos finalmente compreender que o que estava diante os nossos olhos valia toda a estrada percorrida até então.
A primeira impressão é indescritível, ali está a natureza no seu estado mais imponente, mais belo, mais majestoso.
E as fotografias sucedem-se…
As Quedas de Kalandula estão localizadas no rio Lucala, o mais importante afluente do rio Kwanza.
Com uma extensão de 410 metros e uma altura de 105, são as segundas maiores de África.
Kalandula é a designação actual e é o nome nativo do local, no entanto durante o período colonial chamavam-se quedas do Duque de Bragança.
Procurei saber porquê, e num blog (as viagens de Alex) encontrei esta explicação:
“Na verdade, toda esta região da província de Malange em redor do rio Lucala e das suas quedas de águas era dominada desde o século XVIII pelo Presídio do Duque de Bragança, instalado no lugar onde se situa a actual vila de Calandula”
Com alguma relutância lá conseguimos deixar as quedas de Kalandula para trás.
Voltando à estrada o destino agora era Musseleje, ali perto, 5 quilómetros de alcatrão mais 15 quilómetros de picada.
Neste link o mapa completo de Pungo Andongo, Kalandula e Musseleje, onde podem ver o acesso detalhado a Musseleje: mapa
Tendo outra dimensão, fomos encontrar umas quedas de água numa escala mais pequena num local bucólico, rodeado de arvoredo e foi debaixo de uma enorme mangueira que estacionámos a pick up.
Estava na hora de regressar, esperavam-nos uns longos 380 quilómetros para voltar a Luanda.
Malanje, Outubro 2016
Um Artigo de: Pedro Careno em Prazerdeconhecer
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