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ANGOLA - Uma terra que deixou saudades

ANGOLA - Uma terra que deixou saudades

O dia da chegada (27 de Maio de 2005) confunde-se com o dia da partida (27 de Maio de 2018).

Entre estes dois momentos estão 13 anos de muitas histórias que ficarão para sempre comigo e com todos aqueles que fizeram parte delas. Hoje seriam 15 anos de ti minha querida Angola.

Falar de Angola é falar de uma parte muito significativa da minha vida. Não é possível falar de mim (ou sobre mim) sem falar de Angola. Não é possível dissociar a minha história e o meu percurso de vida dessa terra fantástica que nem todos percebem ou amam. E por mais anos que passem, Angola terá sempre um lugar muito especial em mim. Aquilo que Angola me deu não cabe nestas breves linhas que escrevo e dificilmente conseguirei descrever tudo aquilo que vivi. Mesmo longe, Angola continua a dar-me todos os dias e a ela continuo e continuarei eternamente ligada.

Angola deu-me as minhas melhores memórias, assim como as mais bonitas relações de amizade e de amor. Angola deu-me muitas desilusões, mas também encheu o meu mundo de alegrias. Angola deu-me infinitos sorrisos, mas arrancou-me muitas lágrimas. Angola deu-me uma carreira, mas desafiou-me constantemente. Angola despertou-me para o cheiro da terra molhada e para 9 meses de sol por ano. Angola proporcionou-me as melhores festas de quintal, mas obrigou-me a viver numa cidade insegura. Angola deu-me a antítese, mas ensinou-me que somos todos iguais. Angola proporcionou-me inúmeras experiências e foi o catalisador para a minha vontade constante de viajar e conhecer o mundo. Angola deu-me tanto e deu-me tudo, mas afastou-me da minha família, dos meus amigos de infância e das minhas referências da juventude. Angola recebeu-me de braços abertos e saí com um coração cheio de tudo e com relações para a vida.

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Não tenho dúvidas de que os 13 anos que vivi em Angola foram os mais que me marcaram até hoje, principalmente os primeiros anos quando o país nada tinha para oferecer. Não havia um cinema, não haviam espectáculos nem concertos, os bares e restaurantes eram quase inexistentes e toda a gente se esbarrava a toda à hora, e em todos os lugares, porque a oferta era limitada na altura. Aprendi a viver com a falta de alternativas, mas transformei essa ausência em algo muito maior e melhor - as relações para a vida. Em Angola conheci as minhas pessoas, aquelas que nunca irão desaparecer, no matter what. Aprendi a desapegar-me das coisas materiais e a usufruir mais dos momentos de partilha com os outros. A forma como o povo angolano vive (e sobrevive) ensina-nos a olhar de forma diferente para o mundo, mas também para as relações que criamos com os outros. Aproveitamos melhor o tempo, valorizamos os afectos e deixamos para segundo plano tudo o que não acrescenta valor. Abrimos os olhos para outra realidade e chegamos à conclusão que os nossos problemas, não são "reais" problemas. Convivemos diariamente com a miséria, as histórias dramáticas, a doença, a morte, a fome e as consequências de uma guerra que deixou marcas profundas num povo que não merecia. Mesmo assim, o povo angolano recebe os estrangeiros de braços abertos e ensina-nos a ultrapassar os momentos menos bons da vida de forma tão sábia e tão simples. Ensina-nos a relativizar, a seguir em frente e torna-nos mais fortes.

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Sempre que olho para trás fico com a sensação de que a minha trajectória por Angola passou rápido de mais e que não tive tempo para viver tudo, mas lá no fundo sei que tive. Poderia ter vivido mais? Talvez... mas aí o dia teria que ter mais de 24 horas. Diz-se que o número 13 dá azar, mas para mim foram os melhores e mais intensos anos da minha vida. Aproveitei cada momento, cada lugar e cada pessoa. Vivi histórias que não se repetem e que nunca mais irei viver. Cresci, aprendi, mudei e fui feliz!

Já se passaram 2 anos desde que saí de casa, desde que saí de Angola, desde que saí de África. Tenho saudades, muitas... mas guardo na memória todos os momentos como se tivesse sido ontem. Sinto falta das minhas pessoas e de todos os lugares onde fui feliz. Sinto falta do sorriso e do sotaque inquestionável do angolano, e da sua alegria contagiante de viver cada dia como se fosse o último. Sinto falta do mufete e do kalulu. Sinto falta do mussulo e de ver o pôr do sol na ilha. Sinto falta de kizombar, de dançar até de manhã e sair da festa descalça. Sinto falta das festas de quintal e dos almoços que duram até ao dia seguinte. Sinto falta de correr na marginal e de conviver com os meus amigos. Sinto falta do verbo "ir", sem ter de pensar no depois.

Sinto falta de ti Angola, uma terra que deixou saudades.



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Emergent Markets | International Experience | Board Member | Woman Leader | Human Development | People Management
1 artigo
Minha Angola querida... foi há 2 anos que me despedi de ti



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