O Cacimbo está aí.
Adivinha-se um clima adverso à paixão tropical. As praias de Luanda, na certa, vão ficar vazias por algum tempo. Sair da capital, aos fins-de-semana, vai ser um dos pontos na agenda. O Bengo, aqui próximo, pode ser alternativa a uma iniciativa ousada ou o começo do conhecimento de outras realidades.
O Bengo não é só Caxito! Este recanto apetecível de Angola tem belezas naturais, toneladas de madeiras preciosas e muita água, com rios, lagoas e uma costa marítima, que oferecem a quem as visita paisagens ímpares.
A província do Bengo já não é o lugar recôndito, medonho, pelos tiros do passado. Este, apesar da guerra, legou às terras do jacaré bangão paisagens de sonho, gente hospitaleira, estórias e oportunidades múltiplas para a cadeia produtiva estratégica, que leva ao desenvolvimento multifacetado.
O Bengo tem, um pouco por todo o lado, ligações por estrada e mostras de valor. Nesta parcela do território nacional, a agricultura é um potencial confirmado. O ensino superior forma quadros. Aprovíncia tem hospitais de referência em Caxito e na Barra do Dande. A municipalização dos serviços de saúde acompanha os cuidados a ter para coma vida humana.
Este recanto do país tem monumentos, sítios, lugares e lugarejos, que subscrevem parte do histórico. Únicos pela génese e atributos naturais. A Coutada do Ambriz, a Pasárgada, a praia da Pambla é paradisíaco, lafgoas do Turitanga, mais as praias da Pambala, Kinfuca, Yembe Barra do Dande, Kincakala, Sarico e Santiago.
Quanto a lagoas, o Bengo posuia a Ibéndua, Panguila, Sungui, Ulua, Murima e Loge e os rios Onzo, Lifune, Dande, Loge, Úcua, Monu. No que toca a sítios, despontam a Igreja de Santa Ana, o Túmulo de Dom Afonso Maleca e o Marco Kakulo Kaenda.
O destaque vai ainda para o Fortim Kiage, Casa de Escravos Ambriz, o Monumento aos Heróis da Primeira Região, Mussenga, Maria da Fonte, posto Kandolo, Kilunguila, Mambueieie, Mele Maiady e Pedra Verde.
Quanto a camas para o merecido descanso, há algum desconforto em Caxito. A capital possui pouca oferta. Dormirna capital como turista é ainda um problema. O Pango Aluquém clama por espaços de acomodação. Nambuangongo idem.
Os municípios dos Dembos, Bula Atumba e Ambriz têm situação mais cómoda.As unidades hoteleiras das localidades são poisos a ter em consideração.
As estradas que dão às sedes municipais (com excepção de um pequeno troço para Muxaluando, em Nambuangongo), estão asfaltadas. Mas o troço Caxito-Uíge, o das mil curvas, convidativo e perigoso, aguarda por reabilitação.
O troço entre Pango, Bula Atumba e Dembos, estrada recém-construída, é aconselhável, porque dá a ver paisagens que valem por si. O esquema de estradas é no seu todo atractivo e novo. De uma a outra localidade, o tráfego é fluído. Dá prazer andar de carro pelas estradas do Bengo.
No roteiro para o Bengo, é aconselhável ir a cada um dos municípios, logo pela manhã, quando o clima está fresco. Outro, visite, de forma isolada, isto é um a um, os municípios. Assim, conhece melhor as autoridades, a terra e desfruta dos quitutes do local, do belo e bom que o Bengo tem para oferecer.
Um artigo de: Guimarães Silva
Publicado em: https://imgs.sapo.pt/jornaldeangola/img/file5198aa5d9c347fimdese.pdf
Data: Domingo, 19 de Maio de 2013
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