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A TAAG – Linhas Aéreas de Angola vai lançar no próximo dia 27 de junho, pela primeira vez, a rota Luanda-Madrid, que resulta de uma parceria de codeshare e interline com a Iberia, permitindo aos passageiros da TAAG aceder, com bilhete único, a toda a rede da Iberia. Mas esta não é a única novidade para o verão. A companhia aérea angolana vai retomar as ligações ao Porto já a partir de 30 de junho, via Madrid, e aumentar as ligações entre Lisboa e Luanda de 5 para 12 voos semanais. Em declarações ao TNews, o CEO da companhia, Eduardo Fairen Soria, explica as razões da parceria com a Iberia e que vantagens trazem para ambas as partes, e fala ainda dos desafios futuros da companhia.
A TAAG vai lançar a 27 de junho, pela primeira vez, a rota Luanda-Madrid-Luanda. Quais as razões deste lançamento e a importância desta rota para a companhia? A rota Luanda-Madrid-Luanda será operada por aviões TAAG, portanto seremos nós a assegurar esta ligação e é importante reforçar. A TAAG procura sempre crescer e a oportunidade de realizar uma parceria de codeshare e interline com a Iberia foi mutuamente benéfica. Esse acordo vai abrir a porta para múltiplos destinos na Europa e não só, estando esses destinos acessíveis para o passageiro TAAG, sempre com escala em Madrid. A parceria permite que os passageiros TAAG oriundos de Luanda e com chegada à Madrid, venham a aceder com bilhete único, a toda a rede da Iberia, nomeadamente na Europa e Américas, totalizando mais de 100 destinos em 43 países. Em termos comerciais, temos mais motivos de atratividade e aumentamos a nossa escalabilidade sem investimento de raiz, utilizando ao invés a rede existente do parceiro Iberia, e vice-versa.
Quais os detalhes desta rota? A TAAG terá dois voos semanais entre Luanda e Madrid, operado por um Boeing 777-300ER com a capacidade de 293 lugares, 12 na classe business plus (layout 1-2-1), 56 lugares na classe standard business (layout 2-3-2) e 225 lugares na classe económica (layout 3-3-3). Os voos de Luanda para Madrid serão às quintas e domingos, com partida às 21h e chegada às 5h15, hora local. Enquanto que as partidas de Madrid serão às segundas e sextas, às 23h55 e chegada a Luanda às 6h25.
Que expetativas têm para esta rota? Será uma rota sazonal? Temos expectativas positivas, Madrid é um destino interessante e acreditamos que ao longo do tempo vai cativar muitos passageiros para fins de turismo. É igualmente um hub interessante na Europa que têm múltiplas conexões para outros destinos, e pode ser usado para voos de ligação para outros mercados. Será uma rota permanente e estratégica, pois via escala em Madrid passamos a usufruir dos destinos operados pela IBERIA, ou seja, Madrid em diante conseguimos chegar a países/cidades europeias como: Portugal (Porto), Alemanha (Frankfurt, Munique, Dusseldorf, Berlin, Hamburgo), Itália (Roma, Milão, Bolonha, Veneza) França (Paris) Bélgica (Bruxelas) Reino Unido (Londres, Manchester), Espanha (Madrid, Barcelona, Sevilha, Valencia, Málaga, Corunha, Palma de Mallorca, Vigo, Alicante, Ibiza, Bilbao, Tenerife, Gran Canaria, Fuerteventura, Lanzarote, etc).
Operação para Portugal
Como tem corrido a operação nas rotas de Luanda para o Porto e Lisboa? Qual é a vossa expetativa para este ano? A operação para Portugal é tradicionalmente de procura assegurada, cujo tráfego de passageiros é feito por razoes empresariais, mas também deslocações de visita familiar, saúde, educação e turismo. A rota Luanda-Lisboa é uma ligação-chave, sustentável e com procura crescente, tanto que iremos a partir de meados de Junho aumentar as frequências de voo. As saídas de Luanda serão (bi)diárias à segunda, quarta, quinta, sexta-feira e sábado, mantendo o voo único à terça-feira e domingo com destino a Lisboa. Quanto ao Porto, iremos retomar os voos agora via Madrid, ou seja, Luanda-Madrid-Porto, sendo que as ligações África-Europa serão operadas pela TAAG e as ligações Europa-Europa serão operadas pela Ibéria.
Este ano, a companhia apresenta alguma novidade para o mercado português? Diria que a retoma de voos para a cidade do Porto, agora com escala em Madrid e o facto de no segundo semestre de 2022 passarmos a ter um incremento de 7 para 12 frequências para Lisboa, ou seja, evoluímos de voos diários para 5 voos bi-diários (incremento de 70% de voos adicionais) como as duas grandes notas de realce.
Como é que a pandemia impactou o negócio da TAAG? A empresa concentrou-se sobretudo nas rotas domésticas? Naturalmente que a pandemia teve um impacto negativo na nossa operação e afectou globalmente o nosso planeamento. Períodos de interdição de espaço aéreo em múltiplas geografias e a necessidade de lockdown afetaram a nível global todo o sector. Angola é um país de 1 247 000 km², um território vasto divido por 18 Províncias, cujas ligações aéreas e rodoviárias foram igualmente condicionadas para efeitos de controlo da pandemia. Podemos dizer que o período pandémico nos obrigou a repensar estratégias e nessa senda, passamos a considerar de forma mais veemente o segmento de negócio do transporte de carga e nos adaptamos para assumir um papel mais forte nesse nicho de mercado a nível internacional.
Em 2022, qual será a vossa percentagem de ligações repostas comparativamente ao período antes da pandemia? Na rede doméstica e na rede internacional? Nas ligações domésticas, na verdade o pós-pandemia trouxe a adição de mais um destino local com a reabertura da rota da Província do Uíge no início de Maio. Nas ligações internacionais, houve necessidade de se reavaliar o business case de algumas ligações, e de apenas manter as rotas sustentáveis face ao contexto do momento, sendo que, ligações como Harare, Lusaka, Havana e Sal foram descontinuidas, pelo menos até nova conjuntura.
Em 2022, que outras novidades ao nível da retoma ou abertura de novas rotas poderemos esperar da TAAG? Podem vir a retomar, por exemplo, os voos para Paris, cidade para onde a voava regularmente? De uma forma geral e num mundo cada vez mais colaborativo, as parcerias devem ser analisadas e firmadas quando surgir uma oportunidade win-win. O nosso objetivo é crescer e consolidar posicionamento a nível internacional. Para já, o acordo com a Iberia já nos permite chegar a múltiplos destinos na Europa, incluído Paris utilizando como escala Madrid.
Quais serão os grandes desafios da companhia para 2022? Para os anos vindouros, os desafios passam por constituir um business case para novas rotas em África e região Transatlântica como Cabo-Verde, Zâmbia, Ghana, Costa de Marfim e Reino Unido, reforçando uma visão da TAAG moderna, ágil e eficiente e como referência da aviação em África e ter Luanda como um hub no ecossistema da África Austral.
Fonte: https://tnews.pt
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