A Igreja Paroquial de Santo Adriãode Moçâmedes começou a ser erguida em 27 de Julho de 1849, por Instruções Provinciais, de 30 de Março desse ano, emanadas do Governador Geral Acácio Adrião da Silveira Pinto, encarregando o major Ferreira Horta de"construir um templo de dimensões suficientes para albergar "não só todos os habitantes da colónia, como ainda os indígenas vizinhos, que viessem à povoação assistir aos actos religiosos, ou que em dias santificados nela se encontrassem".
De arquitetura religiosa simples, em barroco tardio, onde domina a habitual composição simétrica, expressa na fachada, a Igreja Paroquial de Santo Adrião de Moçâmedes nada a ver com outras igrejas torreadas, em que a torre surge frequentemente em posição central, na tradição de algum gótico francês, com marcação expressiva das linhas verticais e aplicação sistemática do arco ogival.
Em estilo barroco tardio com seu frontispício e as quatro pilastras do costume, entablamento e duas torres, entre as quais se insere um frontão central triangular com óculo circular envidraçado ao centro, sobre o qual se ergue-se a cruz de pedra.
Vivia-se então num quadro predominantemente laicizante na urbanização do século XIX, em que se verificava pouco investimento público no que diz respeito ao tema religioso, por comparação com a época anterior.
Sabe-se que a construção de um templo foi uma das exigências de Bernardino ao Governo, ainda enquanto no Brasil, sabe-se também que não foi conseguido sacerdote que acompanhasse os colonos na sua viagem para Moçâmedes, e que à chegada a Moçâmedes em 04 de Agosto de 1849, em crônica de 2 de Novembro de 1849:
"Bem urgente é vê-la ultimada, pois não podia deixar de escandalizar a qualquer viajante católico, que uma sociedade tão numerosa como é hoje a de Moçâmedes, não tenha uma casa de oração, onde reúna para dar graças ao Todo Poderoso e pedir os auxílios de que cada qual carece".
As obras da igreja e da casa do pároco se acham em tal grau de adiantamento, a despeito dos poucos operários e de meios, que, com três meses mais de trabalho ficariam prontas.
O que há a fazer limita-se somente a guarnecer toda a obra de cal fina, alguns ornatos de madeira na capela-mor, os dois altares laterais, e, finalmente, os balaustres para a teia e coro da igreja.
"Em relatório de Fernando Leal de 31 de Dezembro de 1854, pode-se ler: efetivamente, nas Instruções Provinciais, de 30 de Março de 1849, que o governador-geral Acácio Adrião da Silveira Pinto, encarregara o major Ferreira Horta de construir um templo de dimensões suficientes para albergar "não só todos os habitantes da colônia, como ainda os indígenas vizinhos, que viessem à povoação assistir aos actos religiosos, ou que em dias santificados nela se encontrassem".
De facto as obras começaram em 30 de Março de 1849, e quando a colônia chegou a Moçâmedes, em 04 de Agosto desse ano, já estavam começadas as paredes da futura Igreja de Santo Adrião, que não foram continuadas.
Foi Bernardino que, quando parte para Luanda no dia 16 de Agosto do mesmo ano, tomou providencias nesse sentido.
Há quem seja de opinião que teria sido este o primeiro assunto a ser tratado Bernardino em Luanda, a tomada de providências no sentido de não faltar assistência religiosa aos colonos.
A verdade é que quinze dias após, e em 27 de Setembro era publicada uma Nota do Governo do Bispado ordenando que o pároco de Benguela fosse a Moçâmedes "administrar sacramentos de necessidade, e o matrimônio"
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