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Novo rei do Huambo promete participação da comunidade nas decisões

FOTO: GASPAR DOS SANTOS
FOTO: GASPAR DOS SANTOS

A cerimónia de entronização do novo rei, orientada pelo soberano do Tchingolo, António Moreira, incluiu, entre outros aspectos, a unção de “folhas de elimbui” embaladas em óleo de palma para dar acesso a Ombala dos convidados, que, também deixaram valores monetários, como forma de agradecimento aos antepassados.

Em seguida, o novo rei, de 60 anos de idade, dirigiu-se à residência oficial (Olombe), na companhia de dois sobas “muekalhas” (principais conselheiros) e de outros membros da corte tradicional.

Seguindo o ritual, o novo soberano do Huambo, reino fundado no XV, por Ngola Kiluange, sentou-se na entrada e, em seguida, recolheu um balaio contendo fuba branca e sal (omemba), para dar de comer ao animal sacrificado, em obediência aos antepassados, de modo a saber se o acto foi ou não aceite.

Feito o sacrifício, o entronizado foi levado de tipóia pelos membros da corte que o dirigiram, em companhia das três esposas, ao bovino sacrificado para pisarem-no com os pés direito no sentido de adoptarem o nome, isto é, o primeiro e o último, pronunciando-o três vezes, seguindo posteriormente para o local da entronização para receber conselhos do mestre de cerimónia, neste caso o rei do Tchingolo, que o empossou.

Ao dirigir-se ao novo rei do Huambo, o soberano Tchingolo recomendou-o para que continue a manter contacto com os mais velhos da corte da Ombala e evitar o ódio, calúnia e comportamentos que incitem o mau relacionamento, tal como sucedeu com o anterior, destituído por não saber conduzir “a bom porto” a Ombala.

Após os conselhos, com realce ainda para a necessidade de trabalhar com as autoridades governamentais na resolução dos problemas da população, dirigiu-se ao local de dança para dar os primeiros passos, como forma de convidar os presentes a darem início à festa, com a exibição de dança “olundongo”, típica da região ovimbundu, para eventos do género, protagonizada por palhaços “homens mascarados”.

No final da cerimónia, o novo soberano do Huambo comprometeu-se em trabalhar com todos os membros da corte na identificação de soluções para os problemas da população, com a qual espera contar na tomada de decisões, visando a melhoria e o bem-estar comum.

Trata-se do segundo rei destituído, em menos de seis anos, sendo que o agora demitido terá substituído, em 2014, a José Filipe Moço, afastado das funções de soberano pelas mesmas razões, situação que, segundo historiadores ouvidos no local, coloca em causa a estabilidade do reino do Huambo.   

Desde a fundação no século XV, o reino do Huambo, que abrange o município com o mesmo nome, o da Ecunha e parte dos territórios da Chicala-Cholohanga e da Caála, já foi liderado por N’gola Kiluange, Nganda La Kawe, Tchissili, Nhime Ya Pequela, Cahala Kanene, Tchingui Chinene, Livongue I, Catchiungungo, Tchilembo Tchongoma, José Filipe Moço I e Armando Chimuco (Tchongolola), estes dois últimos destituídos por má conduta e desobediência aos princípios da corte.


Fonte: ANGOP