Antigamente a Administração (Posto Administrativo Português), era no Miconge velho, actual Quartel Militar, tempo depois passando a ser na Sanga Planície, data em que o Posto Administrativo passa a ser Quartel Militar. É impossível falar do Quartel sem envolver o Município do Belize e algumas comunas a redor.
O primeiro Batalhão chega ao Quartel do Município do Belize, actual Matembo e é distribuído pelas várias Comunas. Sendo assim, alguns batalhões foram destacados ao Miconge a saber: Pelotão de Morteiros 2250/1970-1972, Pelotão de Morteiros 3094/1972-1974, Pelotão de Morteiros 4270 e 4271/ 1972-1973 e Batalhão Caçadores 4913/1973-1975, o último no quartel e em Cabinda até 05 de Maio de 1975, data em que o batalhão regressa a Portugal.
O Regimento e Centro de instrução do MPLA situava-se no Congo Brazzaville na aldeia de Ilupanga na zona de Pacassa. O MPLA combatia contra o colonialismo Português o qual marcava emboscadas nas patrulhas das picadas do Alto Sundi, do Luali, Belize e não só, quartéis, Serra do Moabi.
Segundo os relatos do Batalhão 4913/73, foi no dia 02 de Março/1974 em que actividade inimiga começa a fazer-se sentir de maneira assaz violenta, manifestando-se através de emboscadas, flagelações e ataques aos aquartelamentos, o que obrigou o Bat.Caç. 4913/73 a desencadear uma intensa actividade operacional, tendo havido no seio do Batalhão 4913/73 baixas consideráveis.
“Foi uma guerra que durou 14 anos, que mutilou e ceifou muitas vidas. Destruiu famílias, arruinou percursos de vida, provocou desilusões e revolta.
Ainda meninos, tivemos a desdita de nela participar e, em pouco tempo, ver partir muitos dos nossos camaradas e amigos. Em todos os locais por onde passámos, em Cabinda e no Norte de Angola, debatemo-nos com angústias, dramas e lutas pela sobrevivência que, à distância a que nos encontramos, já vamos tendo dificuldade em relembrar.Foram longos os tempos passados com saudades da família e da terra. Contávamos os dias para o regresso a casa, mas essa data nunca mais chegava. Nada se passava a não ser a constante preocupação com a defesa dos nossos pobres aquartelamentos e com as operações militares que éramos obrigados a realizar. Vivia-se numa permanente ansiedade provocada pelas saídas frequentes e pela eminência dos ataques às nossas patrulhas e quartéis. O cantar das metralhadoras, os mísseis, os morteiros, os RPG’s e as minas adivinhavam-se por todo o lado.Tudo isto ocorreu numa época de incertezas resultantes do período revolucionário em curso em Portugal. Essas incertezas e indefinições relativas ao processo de independência de Angola e aos diversos conflitos armados entre os movimentos de libertação, com que tivemos de lidar na fase final da nossa comissão de serviço, contribuíram para amplificar ainda mais os nossos receios e ansiedades.Regressados a nossas casas, deixámos de ser um batalhão do exército português para passar a ser um grupo de amigos que responde pela sigla do Batalhão 4913.”J. Vitorino Reis (Ex-Capitão Miliciano da 1ª Companhia)
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