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Turismo em Benguela com procura “inexistente” e oferta persistente

Turismo em Benguela com procura “inexistente” e oferta persistente

A Associação de Hotelaria e Turismo de Benguela (AHTUB) está preocupada com a fraca procura que os serviços hoteleiros apresentam na província que detém a memorável praia da Caotinha, a “secreta” Baía dos Elefantes e a famosa Praia da Restinga. Por isso, tem marcado encontros com áreas transversais ao turismo, com vista a dinamizar o sector​

 

Benguela já foi o destino predilecto dos angolanos e estrangeiros residentes que quisessem sair da rotina e levar família, ou amigos, a passar um final de semana fora de casa ou da província onde habitam. Logo, hotéis, hospedarias, pensões e afins em Benguela, já viram anos melhores. Todavia, desde o início da crise e, com a intensificação desta ao longo dos últimos três anos, as visitas a Benguela diminuíram drasticamente. Se antes, quem visitasse Benguela teria de ligar antecipadamente, para reservas, caso contrário chegaria e encontraria o seu hotel favorito com lotação esgotada, ultimamente o que não falta nas unidades de hospedagem são quartos vazios. Em tempos idos, que hoje para os gestores parecem utopia, em finais de semana, feriados, pausas para Páscoa ou final de ano, restaurantes e hotéis abarrotavam de caras novas, visitantes, e também locais. Com a inflação dos preços, grande parte dos locais já não goza desse “luxo” e os visitantes são quase inexistentes, portanto, a Associação de Hotelaria e Turismo de Benguela convoca todos para mudarem esse cenário.

Coesão com “Links e Parceiros” turísticos

Para a AHTUB, organização que reconhece que o seu peso ainda não se faz sentir, é altura de os operadores hoteleiros e turísticos de Benguela conhecerem os seus propósitos, identificarem-se e associarem-se a eles. Porque, no entender de Jorge Nunes, elemento da direcção da associação de hoteleiros, só será possível que o sector turístico se desenvolva na província de Benguela se houver união entre os prestadores de serviços. Essa junção de forças começa com o alistamento na associação, para que os afiliados conheçam os seus direitos e obrigações e possam periodicamente confrontar ideias, traçando estratégias para ultrapassarem a crise turística que Benguela vive. Assim, em prol da classe, tiveram recentemente um encontro com 80 operadores em sectores inerentes ao turismo, tais que: hoteleiros, direcção provincial tutelar, agências de viagens, M.A.P.E.S.S. e transportes, para debater a criação de parcerias. O objectivo do fórum foi “estabelecer bases de trabalho que permitam planear um futuro”, declarou Jorge Nunes, gerandose “medidas construtivas”, porque os obstáculos são comuns.

Juntos, terão mais soluções, visando “um 2019 mais organizado.” E parte dessa organização deverá advir da acção coordenada entre as entidades estatais de fiscalização. Porque, os hoteleiros reclamam de serem-lhes passadas multas a dobrar, quer por órgãos não autorizados, quer pela repartição provincial correcta. A solução, segundo Jorge, exige, “por um lado, que as unidades empresariais deveriam saber qual é a legislação que os regulamenta”, por outro, “os inspectores deveriam fazer-se munir dos decretos que regulamentam a sua actividade”, criticou.

Com a inflação dos preços, grande parte dos locais já não goza desse “luxo” e os visitantes são quase inexis- tentes

 

Condições e preços competitivos exigem-se

“Fala-se muito do preço, mobilização, organização e melhoria das infra-estruturas”, disse Cristóvão Kajibanga, director provincial da Hotelaria e Turismo. Crê que as instituições estatais relacionadas, devem fazer o que lhes compete para ajudar a mudar. “Os operadores queixam-se que a taxa de ocupação é reduzida. Os motivos são óbvios, temos uma estrada nacional que está inoperante”, são vários constrangimentos porque viajar “de avião é muito oneroso”, argumentou o director Kajibanga. Para o empresário Edgar Oseas, pertencente ao ramo dos transportes, área afecta ao turismo, é imprescindível que os gestores hoteleiros façam grandes reajustes nos preços praticados, caso contrário, poderão enfrentar dias e anos piores. Na sua perspectiva, é inconcebível que, perante as dificuldades financeiras crescentes, devidas à inflação em Angola, os operadores hoteleiros subam ou mantenham iguais os preços anteriormente praticados, quando o poder de compra diminuiu consideravelmente. De facto, na lista de prioridades quotidianas, para fazer face à restrição do poder de compra, certamente que o turismo deixa de ter lugar de destaque, se não passa para a lista das opções esquecidas. Logo, o empreendedor Edgar Oseas defende que mudar “variáveis endógenas” é o caminho para que o sector hoteleiro saia a lucrar, ao invés do volume de despesas constantes mantidas sem retorno, por falta de clientes. Percebe que os hoteleiros não podem resolver as “variáveis exógenas” como “a energia, um custo mais ou menos difícil de controlar que encarece o serviço”, contudo, têm de arranjar estratégias para reinventar-se naquilo que podem, dominam. E, os preços praticados na hotelaria em Angola ultrapassam os dos países vizinhos, em África, superando também os preços na Europa e América, tornando-se esses, por terem igualmente melhor prestação de serviços, mercados mais atractivos. Em Angola “não temos uma cultura robusta de turismo. A África-do-Sul já tem uma cultura e os custos, se forem iguais, continuamos em desvantagem”, porque o turista só quererá cá vir se for mais barato. Necessita-se de gestão parcimoniosa, “reduzir custos. Esta redução (deve) gerar um impacto na redução dos preços” praticados porque “só a beleza da Restinga ou de Angola não irá motivar os turistas para virem” conhecer, alertou.

Por:  Zuleide de Carvalho,

Fonte: OPAIS