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Artigo de opinião por Maisa Tavares

Artigo de opinião por Maisa Tavares

Por: Maísa Tavares
(Cidadã, Activista Cultural e Social - Membro do Concelho de Concertação Social do Namibe)


"Ontem participei no II Fórum de Oportunidades de Investimento do Namibe, que se centrou no turismo e em tecnologias para o alavancar. Excelentes preletores vindos de fora, com apresentações institucionais por parte de membros do governo local. 
Não fiquei até o final, devido a compromissos previamente assumidos, mas partilho com meus facekambas uma necessidade urgente de pararmos um minuto para definir como província qual o “norte” do turismo no Namibe; como eu digo, nem que seja numa folha A4, porque não podemos continuar à deriva e fazer as coisas por fazer. Não podemos continuar a orgulhar-nos de tantas coisas fantásticas que a Natureza e o Homem nos deram, enquanto pouco ou nada fizermos para valorizar e fazer crescer essa riqueza em nosso benefício. No fórum vi muito poucos empresários e muito poucos membros da “sociedade civil”, e, como sempre as nossas pessoas ligadas ao governo local (e amigos) formaram uma audiência que entrou muda e saiu calada; jovens com ideias, desperdiçados na covardia do “eu não posso, eu não devo...”. Mal sabem eles que as missões que almejam alcançar ou manter serão proporcionalmente dificultadas pelo seu próprio silêncio. 

Não discutimos como e QUANDO iremos fazer acontecer o turismo mas sim qual o seu potencial e como as TICs podem ajudar. Dizer que no Virei há uma oportunidade porque não existem restaurantes ou hotéis não diz que infraestrutra de fomento ao turismo estão pensadas para justificar o investimento, não diz qual o rendimento dos moradores nem quais os índices de crescimento.  Alguém, infelizmente, sugeriu que apostássemos no turismo do sexo à semelhança de outros países, mas felizmente alguém respondeu como eu teria feito: “a prostituição em Angola acontece principalmente porque há miséria!”, Ponto! Há que combater a miséria e não liberalizar a prostituiçao; Não se falou das bebedeiras de crianças e adultos, e dos preços baixíssimos da cerveja promovidos pelos grandes “patrocinadores” de festas e feiras; tocamos, mas mais uma vez não demos solução concreta e imediata, à situação das demolições, da degradação e da falta de proteção de zonas históricas; continuamos a ignorar que o Parque do Iona tem a “umbrela” das Nações Unidas pois visa atingir um dos ODSs; não aprofundamos a necessidade de preparação (alinhamento) das cidades e suas gentes para a realização de grandes eventos turísticos; não falamos dos urinois públicos na praia e à frente de todo o mundo, nem das barracas inestéticas e sem água corrente que representam as festas do mar e cada vez mais nos tapam a vista para o mar... e que as festas do mar são cada vez menos “do mar”, porque não valorizamos a praia das Miragens como merece.


Que turismo temos, quando (palavras do nosso kota Alvaro Baptista) o turista tem que levar tudo (inclusive combustível), e por conta disso fica menos tempo entre nós porque não traz na bagagem outras coisas que lhe permitam explorar mais esta bela província; que promotores de turismo somos (nós todos), quando levamos pessoas ao deserto e deixamos a welwitschia rodeada de lixo, ou realizamos festas na praia que além de poluição sonora deixam um montão de lixo atrás de si? Somos “pérola do turismo”, “terra da felicidade”; tantos slogans com os quais poucos se identificam... os slogans devem ter sustentação, e ser construídos com a participação das pessoas, para elas poderem abraçar e defender; disse a preletora Sonia Cunha. 

Sobre o Fórum Mundial de Turismo, que se vai realizar em Maio em Luanda: quem vai representar o potencial e as necessidades do Namibe, se o fórum de ontem desperdiçou mais uma grande oportunidade de se focar nessa questão/preparação? Esse mesmo fórum irá investir mil milhões de dólares em Angola, e ontem os empresários do Namibe foram convidados a apresentar os seus projetos para financiamento. E a pergunta: Serão os mesmos pseudo e “super/multifacetados” empresários de sempre que irão beneficiar desse financiamento? Ou a província tem alguma estratégia para unir os varios empresários do ramo, e criar uma “força-tarefa”? Será que irão chamar os (infelizmente não tantos) “cérebros falantes” desta província para traçar uma estratégia de representação da província para apresentar o produto Namibe com toda a sua pujança, como uma marca em que se deve apostar no geral, uma marca de um governo altamente comprometido com o progresso a curto, médio e longo prazos? 
Ou fechamo-nos em copas e achamos que podemos sozinhos? Haja humildade e senso de oportunidade! É importante pensar no turismo, não é urgente embebedar o povo com eventos de fraca qualidade que em nada nos dignificam!

Última nota, para a COMUNICAÇÃO SOCIAL: este é o tipo de trabalho que vocês devem começar a fazer!"