Sóbrio e imponente, de arquitectura clássica tipicamente oitocentista, o Palácio ostenta fachada dividida em três corpos, sendo o corpo central encimado por um frontão triangular, no meio do qual se encontravam as quinas portuguesas, vãos de arco redondo nas fachadas, e platibanda dominando toda a frontaria. De mencionar, na parte central da obra deste Palácio, o corpo rematado pelo frontão, a varanda nobre, saliente e de contorno curvilíneo. No seu conjunto, segue o tipo corrente de arquitectura representativa praticada pelas Obras Públicas na segunda metade do século XIX.
Quem entrasse na baía de Moçâmedes, fazendo-se transportar por um qualquer navio, traineira ou embarcação, de imediato se apercebia da presença deste Palácio, situado a oeste da cidade, implantado sobre um terreno elevado (a uns 20 metros acima do nível do mar), dominando toda a baía, na continuidade do morro da Fortaleza de S. Fernando (morro de São Fernando, antiga Ponta Negra), que se prolonga até à Torre do Tombo.
Até aos anos 1950, perfilava-se, um pouco mais a sul, a Igreja Paroquial de Santo Adrião, e mais adiante, completando a Avenida Felner, um conjunto de pequenas vivendas em madeira destinadas a funcionários públicos, e o Hospital D. Amélia, com seu corpo central e os seus pavilhões laterais em madeira, demolido a partir na década de 1950, para dar lugar a edifícios públicos de moderna construção.A Fernando da Costa Leal (1854-1959), o quinto Governador de Moçâmedes, a cidade ficou a dever a construção deste Palácio, cujos trabalhos começaram em 1858, por sua ordem, e que foi considerado, à época da sua conclusão, em 1889, o melhor palácio regional de todo o Ultramar português, do mesmo modo que se ficou a dever ao jovem e dinâmico Governador, a construção dos primeiros edifícios públicos de Moçâmedes, bem como o primeiro plano de urbanização.
Sóbrio e imponente, de arquitectura clássica tipicamente oitocentista, o Palácio ostenta fachada dividida em três corpos, sendo o corpo central encimado por um frontão triangular, no meio do qual se encontravam as quinas portuguesas, vãos de arco redondo nas fachadas, e platibanda dominando toda a frontaria. De mencionar, na parte central da obra deste Palácio, o corpo rematado pelo frontão, a varanda nobre, saliente e de contorno curvilíneo. No seu conjunto, segue o tipo corrente de arquitectura representativa praticada pelas Obras Públicas na segunda metade do século XIX. Assim refere Cunha Moraes, no seu "Album Photografico Descriptivo", publicado por volta de 1888, um ano antes da conclusão das obras: "... o corpo central tem três janelas de sacada, com varanda em curva. A porta principal tem 1,50 m por 3 m de alto. As bandeiras das portas e janelas são semi-circulares.
Em cada um dos corpos laterais há quatro janelas de varanda primeiro andar, e três de peitoril e uma porta em cada extremo do rés do chão. Os quatro lados do edificio têm ao todo 4o janelas, sendo 11 de sacada e 29 de peito, das quais 7 deitam para projectado jardim." Iniciado em 1858, e concluído trinta e um anos depois, já no tempo do governo de Luís Leitão Xavier, em 1889, aponta-se como causa deste atraso a falta de mão de obra que tinha que ser recrutada da Metrópole, bem como a falta de materiais apropriados para os acabamentos, uma vez que os existentes não satisfaziam as exigências de uma construção deste tipo. Tudo vinha de fora nesses tempos de locomoção complicada, em que a região de Moçâmedes era carente de mão de obra especializada, e os autóctones resistiam à integração, levando uma vida nómada e semi-nómada, não aceitavam outra ocupação que não fosse a ancestral deambulação pelo deserto em busca de água e de pastos para o seu gado.
Foi após a formação do grupo social "quimbar", os africanos aportuguesados de Moçâmedes, constituido por africanos provenientes dos mais diversas pontos do território, e pertencentes às mais diferentes etnias, de início escravos libertados de navios negreiros apresados, enviados para Moçâmedes para acudirem às necessidades de mão de obra, que o panorama de grande carência de mão de obra não qualificada, mas extremamente necessária começou paulatinamente a mudar, mas sempre deficiente até agravada em finais do século xix, sobretudo na fase que medeou entre a abolição definitiva do tráfico de escravos e o regime de contratados. Quanto a técnicos munidos de saberes estes continuaram a ser recrutados da Metrópole.
E como se não bastasse, por causas que se desconhecem, este Palácio foi quase totalmente destruído por um incêndio, ocorrido no dia 26 de Maio de 1899, 10 anos após a sua conclusão, conforme consta de um apontamento existente na Administração Civil de Moçâmedes. Ficaram de pé as paredes, e assim permaneceram expostas ao tempo por mais 20 anos, até que finalmente, já no tempo de Norton de Matos, no exercício de Alto Comissário da República para a colónia de Angola (1921 a 1924), a obra de recuperação foi concluída.
Fonte: mossamedes do antigamente
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