O Rio Cunene, com as nascentes nas anharas húmidas da Cumeada Transversal. (Superfície IV de JESSEN )
O Monte Chimbango é um “inselberg” (monte ilha) que sobrou de uma intensa erosão geológica ao longo de milhões de anos.
Com a altitude de 1929,74 m é a culminância de duas bacias hidrográficas:
A bacia do Rio Cuanza e a bacia do Rio Cubango.
É, também o ponto mais alto na parte Oriental de Angola, à direita do meridiano 16ºE Gr. aproximadamente o meridiano do Huambo.
Em uma área de cerca de 850 000 km2 o Chimbango é o ponto culminante.
O Morro Chimbango ou Morro do Chinguar.
É o ponto mais alto da bacia do Cuanza, com a altitude de 1929,74 m.
A vertente Noroeste alimenta o rio Cuanza através do rio Alondo e depois o Cutato das Mongoias.
As vertentes Nordeste e Sul alimentam o segundo grande rio de Angola, o lendário Cubango que, ao fim de mais de 1000 km, dá origem a um dos maiores santuários da natureza: o delta do Okavango já em território do Botswana.
O rio Cubango é endorreico ou seja as suas águas não vão para o mar, o rio Cubango desagua em uma imensa planície (Delta do Okavango).
O Rio Cunene nasce na divisória de águas principal de Angola.(Superfície IV de JESSEN)
A vertente Sul, o Planalto desce com inclinação relativamente uniforme, mas com irregularidades, até ser coberto pelos sedimentos que ocupam a parte meridional de Angola.
O Rio Cunene segue o declive da pene planície, talhada no maciço antigo e apenas rejuvenescida pelos cursos pouco encaixados deste rio e seus afluentes, até além de Capelongo, meia centena de quilómetros mais a jusante, a uma altitude de 1150 m, o rio entra nos depósitos detríticos que se vão ligar aos sedimentos da planície do Cuanhama (altitude cerca de 1100 m), que o rio acompanha pelo bordo ocidental.
Mais além, o rio atinge o "bed-rock" antigo, começa a ter rápidos e breve chega às quedas de Ruacaná, com 124 m de altura, que marcam o começo do curso internacional.
Para jusante delas, o Rio Cunene corre à cota de 750 m e inflecte para o mar, que virá a alcançar por um vale sempre encaixado, com quedas de água e troços de canhão profundíssimo e selvagem, numa região desértica.
Três afluentes mais importantes drenam para o Sul.
A área que vai desde a Cordilheira Marginal, a Poente do Huambo, até Chicala Cholohanga ex.(Vila Nova); para Leste desta povoação, a drenagem faz-se pelo Rio Cubango; para o Norte, pelo Rio Queve ou Cuvo.Estes afluentes são, a partir do Poente, o Rio Cunhongamua, o Rio Cuando e aquele a que é costume dar o nome de Rio Cunene.
2500 m de altitude, (Rio Cunhongamua)
O segundo tem origem nas proximidades de Chicala Cholohanga ex.(Vila Nova), em pleno Planalto Principal, aqui à altitude de 1840 m. (Rio Cuando)
O terceiro nasce dezena e meia de quilómetros mais ao Sul, também no Planalto Principal, aqui um pouco dissecado e à altitude de 1750 m. (Rio Cunene) Vindo da foz e tomando por cada um destes afluentes, vejamos o comprimento que se obtém para o Rio Cunene até às nascentes:
Pelo Rio Cunhongamua 1217 km, pelo Rio Cuando 1220 km e por aquele a que se dá o nome de Rio Cunene 1203 km.
Deve, pois, considerar-se o tronco principal do Rio Cunene como seguindo pelo Rio Cuando e o Rio como nascendo em Chicala Cholohanga ex.(Vila Nova), a nascente da Cidade do Huambo.
O curso do Rio Cunene, que tem o comprimento total de cerca de 1220 km, com três partes de características distintas.
Na primeira, (Curso superior) desde as nascentes até entrar nos depósitos detríticos, o rio segue o declive da pene-planície; tem fraca acção erosiva e o desnível em relação às partes conservadas daquela é notavelmente constante (à volta dos 100 m ).
O comprimento desta parte do rio é de cerca de 475 km e o declive médio de 1,45 p. 1000.
Na segunda parte, (Curso Médio) com cerca de 360 km, o Rio corre nos sedimentos da bacia do Cuanhama (em sentido lato).
Embora já um pouco encaixada, esta parte do curso corresponde à parte final do antigo Rio Cunene, que desaguava na planície Cuanhama Etocha-Chitado, aí aluviava e se perdia por evaporação a partir de um lago interior (representado hoje pela Caldeira da Etocha).
O declive desta parte do curso é de 0,22 p. 1000.
Esta segunda parte do curso do Rio tem características de final, mas na realidade posição de curso médio.
A terceira parte (Curso Inferior).
O antigo Rio Cunene foi captado no Quaternário por um Rio certamente de pequeno caudal, mas que corria direito ao mar e tinha, por isso, grande declive.
O troço rejuvenescido pela captura tem cerca de 380 km e constitui a terceira parte do Rio Cunene.
O Rio rejuvenesce, tem forte acção erosiva e várias quedas de água, encaixa-se e atravessa regiões montanhosas, por vezes de rochas muito duras, com grande declive (média de 2,8 p. 1000) .
O curso do Rio Cunene é de cerca de 1.200 km, dos quais 960 km exclusivamente em Angola. A bacia hidrográfica do rio Cunene é de 272.000 km², dos quais 150.800 km² em território angolano.
O Rio Cunene é um dos poucos rios permanentes nesta região árida.
O seu caudal anual médio é de 174 m³/s na foz.