1 Quarto, 2 Adultos (Mudar)
Quarto,Quartos,Adulto,Adultos,Criança,Crianças

Aqui pode encontrar sugestões de locais a visitar.

Marque sua viagem mas antes escolha os locais a visitar.

Povo Tchokwé

Povo Tchokwé
O povo chócue ou Côkwe é uma etnia bantu que se concentra sobretudo no nordeste de Angola e numa larga faixa que de lá se estende até ao sul do país, mas também no extremo sudoeste da República Democrática do Congo e no extremo noroeste da Zâmbia.

Numa perspectiva etnológica, os chócues destacam-se pela sua tradição artística, particularmente pelas suas esculturas e máscaras. Historicamente, estão envolvidos no colapso do Reino Lunda, e no Nordeste de Angola continuam a viver numa estreita coabitação com a etnia Lunda.

A sua migração para o Sul, onde muitas vezes se radicaram por grupos em espaços não utilizados por outras etnias, continuou até meados do século XX.

A coesão entre eles muito deve a uma rede de autoridades tradicionais que inclui o seu habitat nos países vizinhos. Em termos económicos, a sua base continua a ser a pequena agricultura, exclusivamente para efeitos de subsistência, bem como a caça.

O Reino da Lunda ficou dividido no século XIX, quando ocorreu as guerras intestinais na Corte da Família Real do Império entre o século XIV, XV ou XVI e por causa do tabú da Soberana Lueji.

O Reino dividiu-se em três partes, sendo; Reino Lunda Luba, Reino Lunda Ndembo, Reino Lunda Tchokwe. No Séc.XVIII, uma parte do povo decidiu migrar para a região do actual Moxico, dando origem ao povo Tchokwé (Kiôco).

Foi o primeiro sinal de fragmentação do Reino Lunda, que talvez fruto do crescimento económico, ou das facilidades de vida, dadas pela exuberância do solo, foram-se entregando mais aos prazeres da vida do que aos interesses do Reino.

Dos principais cultos e cerimónias culturais destacam-se mahamba, ukule e mucanda. Quanto à mahamba (plural de hamba), esta trata do culto aos espíritos tutelares (espíritos ancestrais ou da natureza) que estão representados por estatuetas, árvores, pedaços de termiteiras e máscaras.

Para garantir a protecção diária ou apaziguar um espírito, são realizadas ofertas, sacrifícios e orações.

Se algum hamba estiver zangado, pode provocar doenças ou prejuízos no transgressor, como infertilidade nas mulheres e azar na caça feita pelos homens.

Relativamente à ukule, que consiste num ritual de iniciação feminina, realiza-se quando a primeira menstruação (ukule) da adolescente.

Esta cerimónia é constituída por várias etapas durante as quais a jovem (kafundeji) aprende uma dança do ventre (apreciada pelos Tshokwe e que antecipa as relações sexuais), recebe instruções sobre o acasalamento, é pintada com tatuagens púbicas (mikonda) para fins eróticos e, juntamente, com o seu futuro noivo, procede a diversos rituais que culminam na consumação do casamento dos dois jovens.

No que respeita à mucanda, que se efectua durante a puberdade, trata-se dum ritual de iniciação masculina durante o qual as crianças são circuncidadas.

Mucanda designa o campo cercado com palhotas redondas, no qual os iniciados, tundandji (plural de kandandji), vivem afastados das suas famílias por um período de um a dois anos.

A iniciativa de um ritual mucanda é tomada pelo chefe da aldeia.

A máscara kalelwa marca o início e o fim do ritual e proíbe severamente a aproximação de mulheres à mucanda.

Durante o retiro, os iniciados aprendem os procedimentos das cerimónias de culto, fazem máscaras para os rituais e exercitam diferentes tipos de dança, que serão executadas diante da comunidade a fim de mostrarem o seu talento como dançarinos.

Relativamente às máscaras, há três grandes tipos de máscaras: o primeiro tipo, designado por Cikungu ou mukishi wa mwanangana, corresponde à máscara sacrificial sagrada e representa os antepassados do chefe tribal; o segundo tipo denomina-se mukishi a ku mukanda e equivale às máscaras da mucanda, das quais são exemplo a Cikunza e a Kalelwa que, depois do ritual, são queimadas; finalmente, o terceiro tipo, designado mukishi a kuhangana, corresponde às máscaras de dança – as mais conhecidas e as mais frequentes em museus e colecções privadas – sendo as máscaras Cihongo (para os homens) e Pwo (para as mulheres) os modelos principais.

Salienta-se que a palavra mukishi (plural de akishi) indica que um espírito ancestral ou da natureza encarna na máscara. O mascarado não é identificável, pois está encoberto com a máscara e com um fato feito de fitas entrelaçadas que lhe cobre as mãos e os pés. Segundo a tradição dos Tshokwe, aquele que põe a máscara perde as suas qualidades humanas e incorpora o espírito.

Este povo desenvolveu também uma arte de corte refinada e poderosa, sobretudo, através da escultura de estátuas, cetros, tronos, instrumentos de música, entre outros.


De destacar a famosa estatueta do Pensador ou Velho (Kalamba Kulu), que se tornou um símbolo de Angola. Povo do Nordeste de Angola (províncias de Lunda Norte, Lunda Sul e Moxico), do Noroeste da Zâmbia e do Sudoeste da República Democrática do Congo (Katanga, Kasaï, alto Kwango), estimado em 1 000 000 de indivíduos.

O nome Tshokwe apresenta algumas variantes (Tchokwe, Chokwe, Batshioko) e, entre os portugueses, ficaram conhecidos por Quiocos. De origem Banto, a etnia Tshokwe, matrilinear, patrilocal e falante do idioma utshokwe, estava sob a autoridade política, legal e religiosa de um chefe tribal, o mwanangana, que reinava com o apoio dos seus antepassados aos quais prestava culto.

Os Tshokwe viviam na Serra de Muzamba, a norte de Angola, quando foram invadidos, no final do século XV, pelos Lunda.

A partir de 1830, conseguiram libertar-se do poderio dos invasores e empreenderam uma enorme expansão com o apoio de armas e de tráfico, essencialmente, de marfim, escravos e cera.

A expansão dos Tshokwe atingiu o seu auge social e cultural durante os séculos XVIII e XIX, chegando a apoderar-se da capital dos Lunda, em 1887.

Posteriormente, enfraquecidos pelas doenças e submetidos ao domínio dos portugueses e dos belgas, os Tshokwe procuraram salvaguardar a sua autonomia, migrando para leste e tornando-se semi-nómadas.

Os povos desta Província praticam e com grande mestria as seguintes danças: akiski, cianda, cisela, kalukuta, kandowa, makhopo, maringa, kandjendje, e likembe (para os Cokwe), canga, bilumbo e kathakangalala (para os kakongo e matapa), dingumbe, tvulemba, kariangu, kasebu, diximbi e phamba, (para os luba), ku-ndulave (para os Basuku), marimba (para os bondo /Bângala) entre outras, que são praticadas em cerimonias festivas, rituais, recepção de visitantes, entronização de chefes tradicionais e em entretenimento e, apoiadas por uma variedade de instrumentos musicas: batuques, cingunvu, ndjimba, cissanje, muiyemba (xilofones), nas quais intervém também mascarados akishi e aqui o destaque vão para as máscaras: cikunza (patrono da mukanda), cikungu (ligado às cerimonias de investidura dos grandes chefes tradicionais), mwana phowo (que representa a beleza e o encanto das mulheres cokwe), cihongo (que representa a coreografia tradicional cokwe) e katoyo (representante das danças recreativas) entre outras lúdicas ou jocosas dos grupos étnicos que habitam a Província.

– Povos com uma história pelo contributo e participação no processo de colonização (destacando-se às figuras históricas da região soba Khelendende, último dignitário da resistência portuguesa, soba Kawngula, Ngunza Kawona, entre outros).