Mbanza Kongo - Três dias depois da sua abertura, a primeira edição do Festival Internacional da Cultura e Arte Kongo encerrou nas primeiras horas desta terça-feira ao ritmo kwassa kwassa, sob o comando do músico Lutchiana Mubulu.
Com o recinto de espectáculo montado no largo Dr. António Agostinho Neto completamente lotado, Lutchiana, a última das estrelas convidadas para animar a festa, cantou, dançou e fez dançar um público que na primeira etapa do show esteve apática.
Em pouco mais de 50 minutos de palco, Lutchiana tomou conta do cenário e fez esquecer os colegas que o antecederam, pois tal foi a empatia com o público, que teve até direito a subir ao palco e ensaiar alguns toques de kwassa kwassa.
Numa noite dedicada exclusivamente aos músicos, o palco do largo Dr. António Agostinho Neto testemunhou, em pouco mais de cinco (5) horas a passagem de nomes sonantes do music hall nacional, com destaque para Eduardo Paím, Noite&Dia, Walter Ananás, Ricardo Lenvo, Pop Show e Samanguana.
Com uma primeira metade completamente morna, com o público apático, a noite começou a ganhar forma na etapa final da exibição de Samanguana, que fechou a sua participação com o tema “Tio António”. Identificados com a música, os espectadores assumiram, de vez, que estavam presentes e que seriam parte importante de um espectáculo dedicado a celebração do segundo aniversário da inclusão da mítica cidade de Mbanza Kongo na lista do Património Mundial.
Mas, só com a subida em palco de Noite&Dia e suas “muchachas” que, sempre à sua maneira reviraram o cenário, os presentes largaram a timidez e decidiram participar activamente, dançando, cada um ao seu jeito, o kuduro, preparando-se o resto da jornada.
Avisado de que tinha que dar o melhor de si, pois a plateia da noite era bastante exigente, Kyaku Kyadaff, filho da casa e conhecedor dos segredos, puxou do galão de professor e usou da psicologia para levar o barco ao seu porto. Kyaku usou da língua materna, o Kikongo, para interagir com os fãs e pedir ajuda na interpretação de alguns temas. Pedido feito, pedido satisfeito e o artista só teve mesmo que cantar e bem cantar, deixando, na parte final, o público escolher a última canção, Mónica, para deixar o palco ao congolês democrático Pepe Felly, artista que teve a honra de aquecer o palco para Lutchiana Mobulu.
Inserido nas festividades do Dia da Cidade de Mbanza Kongo, que se assinala a 8 de Julho, o FestiKongo consta das nove recomendações da UNESCO, no âmbito da inscrição do Centro Histórico da capital do antigo Reino do Kongo na lista do Património Mundial.
O festival contou com a participação de agentes culturais de Angola, Congo Brazzaville, República Democrática do Congo e do Gabão, países que integravam o antigo Reino do Kongo.
Mbanza Kongo, capital do antigo Reino do Kongo, é detentora de um património material e imaterial excepcional. A cidade foi inscrita na lista do Património Mundial da Unesco a 8 de Julho de 2017, durante a 41.ª sessão do Comité deste órgão, que decorreu na cidade polaca de Cracóvia (Polónia).
Fonte: Angop