A abundância na zona da Tundavala, no Lubango, de espécies de pássaros raras no Mundo, com realce para as do tipo "White-headed barbet", abre portas para que observadores de aves internacionais visitem Angola e promovam o aviurismo na Huíla.
A afirmação é do administrador da Sociedade Promissed Land Ventures (PLV), Noam Shany, durante o encerramento nesta quarta-feira da formação de 13 guias turísticos em ave-turismo, que decorreu na zona da Tundavala, com a duração de 30 dias, numa promoção conjunta com o Ministério do Turismo e a PLV.
Disse que pertencem igualmente a classe as aves raras e endémicas, na região da Tundavala as espécies "Angola cave chat", "Angola waxbill", "Harter’s camaroptera", "Angola slaty flycatcher", "Oustalet’s sunbird e Swierstra’s francolin".
Informou que no mundo existem mais de 120 milhões de observadores de aves e muitos são coleccionadores e vão precisar visitar Angola para poder completar as suas colecções.
A este respeito, disse que na Huíla foi identificado um potencial na Tundavala que vai abrir o turismo para o mundo.“O país não é rico em monumentos urbanísticos turísticos, mas possui um forte potencial para desenvolver o ecoturismo.
Angola é perfeita para a realização do turismo da natureza e nós associamos o continente igualmente favorável para tal”, reforçou.Quanto à formação dos guias em si, eles foram habilitados e munidos de competências técnicas quanto a hospitalidade, recepção, interacção e orientação de turistas, assim como em questões ecológicas e de conservação do ecossistema.
O formador Arnon Dattner referiu que a acção se baseou em trabalhos de campo, desde as primeiras horas do dia, com sol e chuva, os alunos aprenderam como identificar os pássaros através do som e aulas de como ser guias para comunicar com os turistas, pois cada um ser embaixador de Angola.
“O turismo de observação de aves é uma porta para o desenvolvimento da comunidade, atrair mais turistas, desenvolver o turismo cultural, comunitário, entre outros que para tal precisa-se de cuidar das aves existente e conservar a natureza para melhorar a qualidade de vida”, alertou.
Por sua vez o director do gabinete da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos destacou que a formação é um marco importante, pois vão poder dar a entender a importância e necessidade de conservação do ecoturismo, maximizando a existência das espécies e atrair maior número de turistas, em função das existências de aves endémicas na região.
“Vamos trabalhar com as unidades hoteleiras e agências de viagem que formam os pacotes turísticos, no sentido de terem sempre visitas de aviturismo, nas suas ofertas, que vai ser feita pelos formandos que concluíram a formação. Temos igualmente conversas a Educação para aproveitar os jovens formados e passar a informação aos alunos da província”, frisou.
Fez saber que a nível de África Angola está no oitavo lugar de interesse para o aviturismo e devem olhar isso como um benefício e atrair o maior número de turistas e a Huíla e com a formação estão a dar um passo para valorizar a potencialidade.Além das sete espécies endémicas, existem só em Angola 15 pássaros raros, assim como o país possui 31 espécies com distribuição limitada, que ocorrem só em Angola e na República Democrática do Congo, consideradas perigosas, tem também uma lista de 962 espécies.
O projecto “Apostar no Aviturismo” formou já um total de 28 jovens. A primeira acção formativa beneficiou seis guias na localidade de Kinjila (Malanje), a segunda, nove na povoação de Santa Ambuleia (Bengo) e a terceira, 13 formandos na zona da Tundavala (Huíla) e segue-se a província do Namibe.
O projecto está inserido num memorando de entendimento assinado entre o Ministério do Turismo e a empresa espanhola PLV, numa iniciativa que começou a ser executada a 08 de Agosto de 2019.
Fonte: Sapo