Sou Jorge Nunes, responsável pela plataforma www.hoteisangola.com e sites provinciais www.destinobenguela.com , www.visitehuila.com , www.destinonamibe.com
O texto abaixo é uma avaliação feita ao turismo em Angola e a forma de o impulsionar.
Este texto não estabelece planos detalhados ou medidas, pois o mesmo obrigava a um documento muito extenso.
É um texto de opinião tendo por base a experiência de trabalho no mercado local.
Nos dias de hoje olhamos para o turismo e o foco é alcançar quem está fora do país! Não será isto um contra-senso, já que internamente não cultivamos cultura turística para que os nossos habitantes consigam desfrutar do turismo desfrutem das mais valias país e estejam preparados para receber os outros.
Sabemos que o turismo pode ser uma alternativa ao desenvolvimento sustentável de Angola, sabemos que as famílias muito têm a ganhar a nível local com a aposta no turismo, mas o que temos feito?
O que precisamos fazer para desenvolver o turismo em Angola?
Minha ideia e avaliação levou-me a dizer que primeiro temos de arrumar a casa. Sim temos de arrumar a casa, pois não sabemos o que temos, como temos e o que podemos fazer com aquilo que temos.
Então temos mesmo de arrumar a casa, senão vejamos:
o Na imensidão de Angola quais são os nossos pontos com potencial turístico
o Quais as condições desses pontos
o De que forma é o acesso a esses pontos
o Serão esses pontos conhecidos pela população local
o Serão esses pontos identificados como mais-valia para a população local
Muitas são as questões que poderíamos fazer pois o que se denota em muitas localidades quando questionamos a população local sobre pontos turísticos que poderíamos visitar os mesmos referem que na zona não tem nada.
E como podemos mudar essa opinião?
No setor do turismo existe um palavrão que é criar cultura turística vamos ver então o que é isto:
Para criar uma cultura turística temos de trabalhar com as populações locais pois só sabendo o que temos poderemos ter a capacidade de o valorizar e mostrar as populações locais como tirar vantagem desses mesmos pontos existentes.
Então se o levantamento turístico é feito em conjunto com população incluindo; autoridades tradicionais, jovens, pessoas influentes e outros, o que estamos a fazer é efetivamente envolver a comunidade local no processo do fazer.
Efetivamente incluindo a população local no processo do fazer vamos resgatar outras coisas que não só o ponto turístico em questão, pois, na comunidade existe muito conhecimento, seja de outros pontos na zona, o artesanato, as tradições e outros aspetos.
Ora se podemos receber tanto contributo da parte da comunidade, será fundamental iniciar um processo de criação de cultura turístico local. Sendo que isto só é possível quando trabalhamos efetivamente na comunidade.
No portal hoteisangola.com o que temos feito é mesmo tentar trabalhar com as comunidades locais com os pequenos recursos que dispomos. Ao Trabalharmos com a comunidade para além de conseguirmos obter informações complementares, também conseguimos passar para a mesma comunidade o interesse no desenvolvimento turístico.
Números:
Este é um grande aspecto do setor do turismo, pois sem números não conseguimos nem podemos estabelecer metas. Até a data os organismos oficiais não conseguem dar números reais do impacto do turismo no PIB. Continuamos a dizer; o turismo tem 1, 2 ou 3% do PIB nacional, mas quais são os valores?
Acredito que este valor acaba por ser superior ao apresentado nos relatórios oficiais, pois sabemos da quantidade de empregos que o turismo gera ao constatarmos as pessoas a trabalhar em bares, restaurantes, hotéis, pensões, etc. Todos sabemos da importância do setor do turismo em Angola, mas continuamos a olhar para ele como uma componente social.
O turismo é extremamente importante; a nível de empregabilidade dos jovens, quando falamos em formação profissional, na distribuição de receitas, mas quais são os nossos números reais do seu alcance em Angola? Efetivamente temos de ter a capacidade de saber o que estamos a receber, quais são os números que estão a ser movimentados o nível do setor, quais são os números de pessoas que se deslocam entre províncias a fazer turismo, quais são as reais taxas de ocupação de turistas nas unidades hoteleiras.
Será que todas as pessoas que ficam nas unidades hoteleiras são turistas?
Será que todas as pessoas que entram nas nossas fronteiras são turistas?
Será que todos nós somos turistas?
Quais são os números efetivos?
Para todas estas questões é necessário que o organismo com responsabilidade em fazer estatísticas em Angola nomeadamente o Instituto Nacional de Estatística de Angola, assuma este sector de uma forma profissional e não continuemos simplesmente olhar para o número de vistos de entrada, que acabam por ser emitidos com o nome do Visto de Turismo, ou não podemos simplesmente usar a estatísticas da AGT quando refere o valor arrecadado pelo setor do turismo a X. Sabemos que muitas das empresas do setor do turismo estão registadas como empresas de prestação de serviços e não como; bar, restaurante, hotel.
É preciso efetivamente começar a me olhar para o mecanismo daquilo que efetivamente conta para os números; quantas pessoas recebemos em cada mês, qual é a nossa época alta ou Baixa, o que as pessoas visitam ou quem são as pessoas que ocupam os hotéis a nível turístico. São só algumas questões que seria importante que o Instituto Nacional de Estatística respondesse, mas efetivamente com o passar dos anos e Angola pertencendo a OMT-Organização Mundial do Turismo, não conseguimos fornecer dados reais a própria direção da OMT referentes ao sector. Em 2021 e segundo noticia recente 130.000 pessoas visitaram Angola com Visto Turismo, mas dessas 130.000 pessoas quantos são realmente turistas?
Comunicação:
Pois para o sucesso do desenvolvimento turístico, parte da criação de cultura turística e do trabalho em conjunto com as populações, também temos de preparar toda a informação para que a mesma chegue aos intervenientes no setor do turismo interna e externamente. Esta informação tem de chegar de forma completa, incluindo; imagens, vídeos e textos devidamente formatados e com conteúdo trabalhado, pois só dessa forma conseguimos fazer com que o interveniente que está além-fronteiras consiga propor aos seus clientes este destino turístico.
Então com tudo isto verificamos que é necessário trabalharmos e fazermos um trabalho de base completo e exaustivo envolvendo as comunidades e os intervenientes no setor.
Locais a visitar
Hipopótamos do Umbi
Nossa Senhora do Monte da Caála
Quedas do Ruacaná
Quedas de Musseleje
Missão Católica do Sendje - Cuchi
Miradouro da Lua
Fortaleza de São Miguel
MISSÃO DE BIMBE – Nossa Senhora da Anunciação
Grutas da Sassa
Forte de Massangano
Parque Nacional da Cangandala
Quedas de Kalandula
Pedras Negras
Fortaleza de Cambambe
Igreja de Camabatela
Igreja Nossa Senhora da Victória de Massangano
Porto Amboim
Palácio de Ferro
Fortaleza de Calulo
Igreja da Missão Católica do Kuando
Internet
Atualmente um plano de comunicação tem de assentar essencialmente, nas novas tecnologias, pois a internet veio pra ficar e também para nos criar um laço abrangente com todo mundo.
É com esta base que todos os conteúdos devem estar disponíveis on-line em plataformas como o hoteisangola.com ou os sites provinciais de Benguela, Huila ou do Namibe.
Portais web, rede sociais, revistas, jornais e outros são extremamente importantes quando falamos em comunicar turismo e em divulgar turismo. Dessa forma temos de preparar conteúdo, para que, com uma mensagem simples e clara esses mesmos conteúdos de qualidade cheguem a todos.
Transportes
Sabemos que o setor dos transportes é fundamental para o desenvolvimento do turismo, mas também sabemos que Angola não está articulada quando falamos de transportes. A companhia aérea Taag continua a ser a única numa espécie de monopólio, fazendo de Luanda o único destino central, já que é o único ponto de partida para o resto do país, não existem voos triangulares, mas também não existe uma demonstração clara de que o país está preparado para novas companhias aéreas, já que a companhia aérea de bandeira Taag continua a deter o monopólio injustificavelmente protegido e não deixando a lei de mercado definir os preços.
O transporte ferroviário continua a ser muito limitado sendo que Angola possui três linhas de caminhos de ferro nomeadamente; Luanda, Malanje, Moçâmedes Menongue e a linha principal que liga a cidade do Lobito até ao Luau na fronteira, permitindo ligação com a restante africa via ferroviária.
O Caminho de Ferro de Benguela como é conhecida a ligação principal, desempenha uma importante missão de transporte de pessoas e mercadorias, sendo também usada pelo comboio Rovos, um especialista em turismo ferroviário em África.
Sobra-nos o transporte rodoviário e neste âmbito Angola acaba por ter algumas soluções com várias empresas de transportes para percorrer as estradas nacionais. Macon, AngoReal ou Huambo Express são algumas das empresas de autocarros que percorrem os quilômetros de estradas nacionais, criando aos seus passageiros condições de mobilidade para viajar entre cidades ou províncias.
O facto de não ser possível fazer trocas\ligações entre serviços de diferentes empresas é um dos incómodos, já que a nível local não existe um Centro modal onde todas as empresas rodoviárias se liguem em cada localidade.
Também a nível de transportes verificamos em algumas das cidades uma boa oferta de serviço da Táxis, sendo o serviço de aplicativos o que mais está a crescer em Angola, mas também neste ponto é preciso articular toda esta oferta, já que, muitas vezes isto não está interligado com outro serviços; senão vejamos:
· Ao pedir um serviço de táxi para nos apanhar no aeroporto, temos de sair do aeroporto para apanhar o serviço fora, já que devido aos custos estacionamento os mesmos motoristas optam por não entrar no aeroporto.
· A SGA- Sociedade Gestora dos Aeroportos até a data não aceitou uma das pretensões dos serviços de táxi para que os mesmos estejam estacionados em zona identificada e segura para os clientes.
Já existem empresas de táxis a pensar, e a estruturar a sua oferta para que seja mesmo o próprio hotel ou empresa a pedir o serviço de transfer para o seu cliente e isto irá trazer um aumento da segurança, mas é preciso organizar a entrada dos nossos aeroportos uma zona especial para táxis credenciados.
Se a nível de táxis e autocarros Angola começa a ser um país organizado, continuamos com alguns problemas no que diz respeito a rent-a-car, pois muitas das empresas optam por proibir a saída das viaturas das províncias, ou seja, alguém que chega a Luanda e quer alugar um carro para se deslocar para Benguela acaba por sentir as dificuldades já que é muito difícil ou quase impossível devido a proibição ou ao preço praticado.
Guias
É uma peça fundamental do sector do Turismo, são os guias de turismo que em Angola acabam por não existir ou existem número muito insuficiente. Mas também estes mesmos Guias acabam por ser guias que iniciam esta atividade sem conhecimento de bases e por vezes são só pessoas a acompanhar os turistas indicando direita ou esquerda como sentido direção, não sendo efetivamente pessoas com conhecimento dos sítios que estão a visitar. Na maioria dos casos este facto faz com que todos aqueles que visitam determinados pontos acabem por recorrer as aplicações web para receberem conhecimento dos locais que estou a visitar.
Precisamos criar o manual de normas e procedimentos para os guias de turismo e respetivos roteiros.
Formação
Toda esta ideia relacionada com os guias de turismo em receber visitantes nacionais ou estrangeiros levamos á principal preocupação de todas, a questão da formação. A formação dos nossos funcionários, a formação de quem acompanha os nossos turistas, a formação de todos desde o topo da gerência até ao funcionário de base.
A formação é fundamental para Angola, criar uma política interna de formação onde a formação no local de trabalho é o passo certo e a forma mais rápida de alcançar resultados globais. Sou da opinião que se estivermos à espera que o sistema Nacional de Educação crie formações vocacionadas para o setor do turismo acabamos por dizer que é um tempo muito longo. O que é necessário, mas sabemos que através de um plano de formação no local de trabalho através de formadores locais certificados e a forma de ultrapassar processos.
Sabemos que é possível criar um plano nacional onde a simples pensão, residencial, hotel ou outros acabem por receber inicialmente conteúdos abrangentes;
· Como lidar com o nosso cliente
· como comunicar
· como fazer uma gestão de stocks
· como preparar uma mesa
· como fazer e preparar um quarto
São tudo exemplos de algumas das formações que podemos efetivamente trabalhar num rápido e curto espaço de tempo e esta a fórmula que nós no hoteisangola.com iniciamos no passado dia 19 outubro uma Ciclo de Workshops Formativos, uma plataforma de formação totalmente on-line e onde na primeira edição tivemos unidades hoteleiras e profissionais desde; Cabinda, Lunda-Norte, Lunda-Sul, Zaire, Luanda, Kwanza-Sul, kwanza Norte, Benguela, Moxico e Huíla. Isto é prova de que é possível se todos trabalharmos em conjunto, pois neste caso o hoteisangola.com trabalhou com dois centros de formação de Luanda, mas também contou com o apoio do INFOTUR- Instituto de Fomento Turístico de Angola, mas é preciso fazer mais e algumas das nossas sugestões são:
o incentivar o setor privado a iniciar cursos de formação curtos
o Incentivar as associações de empresários e criar bolsas de estágios
o Incentivar os jovens a frequentar este estágio, com garantia de que o melhor têm emprego e garantindo assim o retorno financeiro do seu investimento
o Incentivar a criação de uma bolsa de jovens com formação
o Incentivar a médio longo prazo formações mais longas e com mais conteúdo para quem pretende seguir a via de ensino profissionalizante ou mesmo universitário na área da gestão turística hoteleira
Muitos dos que estão a ler podem estar a pensar que ainda não falai nos planos diretores do turismo ao abordar o criar cultura turística, mas isso está englobado, já que em minha opinião os nossos planos diretores do turismo estão a ser mal desenhados e mal preparados para o futuro.
Compete a um plano diretor do turismo criar uma linha orientadora de base, da projeção, da perceção, da avaliação e desenvolvimento do turismo da região.
Os planos diretores de turismo não devem ser PDF`s que acabam numa gaveta ou então perdidos na pasta de ficheiros de um computador.
É necessário criar a nível local os conselhos de auscultação do turismo, pois são esses mesmos conselhos que começam a criar ligações com as comunidades, são esses mesmos conselhos que acabam por trazer as pessoas ligadas ao ensino, mas também pessoas ligadas a história e ao conhecimento local do que são os hábitos tradições e costumes da população.
É importante criar os conselhos locais para também conseguirmos estabelecer estratégias como;
· quais são as nossas regiões a proteger
· quais as zonas só direcionadas para o investimento turístico
· o que é possível e que tipo de infraestruturas instalar em cada uma das zonas direcionadas para investimento turístico
· como podemos nas zonas de investimento turístico envolver as populações locais e criar condições para as mesmas terem retorno financeiro
Não se pretende um turismo invasor, e sim um turismo sustentável onde todos hoje e amanhã vejam o turismo como uma fonte de melhoria contínua da qualidade de vida das populações locais.
Roteiros Faça Você Mesmo
Roteiro Lubango
Roteiro da Conda
Roteiro Cidade de Benguela
Roteiro Maravilhas do Deserto
Mergulho na Caotinha
Roteiro Cuito Cuanavale
Roteiro - Maravilhas de Malanje
Roteiro da Huila à Chibia
Roteiro Maravilhas da Huila
Roteiro cidade do Lobito
Caxaramba - Uma visita Guiada Imperdível
Praias do Sul de Benguela
Roteiro da Catumbela
Roteiro Dombe Grande
Roteiro da Humpata
Egito Praia - A Historia e Natureza
Que tipo de investimentos
Sempre que ouvimos falar do turismo fala-se em investimento estrangeiro, mas parece que estamos a espera que o milagre aconteça, que alguém cheio de dinheiro acabe por entrar em Angola e querer investir num hotel de 3, 4 ou 5 estrelas. Minha opinião é de que isso não irá acontecer sem que esse mesmo empresário avalie as condições de seu investimento.
Não irá acontecer porque em volta do investimento terá de existir um plano de viabilidade, e o mesmo irá questionar;
· O quê?
· Quando?
· Como?
· Onde?
· Porquê?
As questões base serão estas, mas depois também entra a lei das terras, infraestruturas existentes, mão de obra, potenciais clientes, dinâmicas locais, capacidade de atração de clientes, tempo de retorno do investimento, estabilidade da economia, confiança económica, ..., etc.
Efetivamente para se convencer um empresário a investir em estruturas pesadas em Angola, temos de criar condições para os nossos locais serem visitados e as pessoas possam viver os mesmos locais.
Uma das principais formas de criar retorno local e também uma das mais económicas acaba por ser um plano de criação de parques de campismo, pois sabemos que muita da população local está receptiva a ajudar na criação dos mesmos parques de campismo e ajudar na interligação entre eles e a comunidade.
Mas para isso acontecer temos de definir as normas da criação dos parques de campismo, definir as normas da gestão das suas terras, definir o plano de ação entre:
· a adjudicação da terra,
· a criação do parque de campismo
· suas condições
· o plano de desenvolvimento do mesmo
um parque de campismo que hoje começa com uma zona de tendas, balneários e zona de churrasco, pode num futuro próximo instalar um restaurante, um glamping ou mesmo iniciar a implementação de um resort permitindo o desenvolvimento e o crescimento da própria zona e de forma sustentada.
O parque de campismo de hoje pode servir de porta de abertura para o investimento de um hotel de 3,4,5 estrelas no futuro. O que temos de começar a criar dentro do âmbito local é dinâmicas para o jovens e as pessoas com menos capacidade financeira, afim de, terem condições para fazer turismo e desfrutarem de momentos de lazer com o seus familiares e amigos.
Nesta senda não é só os parques de campismo pois são extremamente importantes as pensões e residenciais existentes por essa Angola fora. Estas mesmas pensões e residenciais devem receber capacitação dos seus responsáveis e o seus funcionários, já que são eles que vão ter também a capacidade de oferecer alojamento com questões de comodidade a mais baixo custo, entrando assim no mercado extremamente vasto em Angola. Penso que cerca de 80% da população Nacional não tem condições para ficar em hotéis de 3,4 ou 5 estrelas, mas, poderá ter condições para ficar numa pequena pensão ou residencial permitindo assim que pelo -1 vez por ano uma família de baixo recursos possa pensar que é possível visitar Benguela, Huila, Namibe ou Malanje.
Dinâmicas
As dinâmicas do setor do turismo obrigam-nos a fazer um plano de divulgação pois já falamos muito, mas é preciso começarmos a divulgar efetivamente Angola.
É preciso começarmos a mostrar o que Angola tem e iniciar um plano Nacional de Ação\Divulgação no qual sugeria:
· BITUR- Bolsa Internacional de Turismo de Angola, uma feira de mostra do potencial turístico e dos operadores nacionais aos potenciais clientes.
Sou obrigado a admitir que a melhor cidade para esta feira é mesmo Luanda, sendo o local a baixa da cidade, pois Luanda também é o principal centro emissor de turistas para a restantes zonas do país e se queremos vender temos de fazer uma feira onde tem potenciais compradores. Mas não faria uma feira igual as anteriores, pois Angola tem capacidade para fazer uma feira de Turismo, Campismo, Caravanismo, Pesca e Desportos Náuticos. De uma forma muito global este evento de cariz nacional possa divulgar o setor do turismo e ser um verdadeiro certame mostra do potencial turístico de Angola, mas também de venda de produtos.
· Fóruns locais ou regionais – eventos onde os profissionais do setor se possam sentar á mesma mesa durante 2 a 3 dias e baterem as temáticas do turismo na sua região, seu desenvolvimento e quais são os pontos de constrangimento. Desta forma nestes fóruns regionais existe a capacidade de tirar ilações e fazer planos de ação para o futuro. O que acaba por acontecer é que estamos diretamente a trabalhar com os intervenientes locais para que aproveitando as dinâmicas locais se consiga subir a um panorama nacional se consiga divulgar Angola garantindo a sustentabilidade.
· Webinars – com os webinars conseguimos chegar aos profissionais de uma forma geral e conseguimos criar o maior link para que os mesmos se sintam confortáveis para nos questionar sobre os temas dia-a-dia. Devemos nesses mesmos webinars trazer para os mesmos os profissionais com provas dadas no setor e também as empresas acabam por trabalhar no dia-a-dia no desenvolvimento do turismo nacional.
· Camaras de Comercio e Embaixadas - Numa vertente de divulgação do Turismo de Angola no exterior não podemos esquecer alguns pontos do globo onde Angola efetivamente tem de estar presente, mas talvez não estar presente nas feiras internacionais. Trabalhar com as Camaras de Comércio e Indústria ou as Embaixadas criando fóruns onde localmente são convidados os operadores a participar num ambiente de intercâmbio de informação e que os mesmos possam receber não só das instituições governamentais, mas também dos operadores nacionais toda a informação sobre o que é Angola, as suas condições e como podem criar laços para trabalhar com Angola num futuro próximo.
Segurança, saúde
Estamos a falar no setor do turismo, no seu desenvolvimento e não podemos esquecer das condições de segurança, saúde e muitos outros aspetos que talvez falhem nesse pequeno texto, mas tudo isto é fundamental para quem nos visita.
Saúde é um ponto essencial, os cuidados de emergência têm de ser revistos e as condições melhoradas, mas também, acredito no facto do setor do turismo ser transversal a todos e que Angola irá efetivamente melhorar também no aspeto, melhorando condições de acesso à saúde e os cuidados primários de uma forma geral sabendo nós que a região do litoral de Angola é mais visitada, acabando também por ser aquela em que já tem uma maior preocupação a nível dos cuidados de saúde.
A segurança é fundamental no país. É necessário fazer uma segurança de proximidade, mas também é necessário que essa mesma segurança não seja ameaçadora ou invasora daquilo que é ambiente de um turista que quer viver Angola. É necessário que as nossas forças de autoridade recebam também formação de como acompanhar turistas e o que nas suas próprias zonas pode servir de ponto de atração turística.
Como experiência:
Certo dia fui interpelado por um agente da polícia nacional no Bailundo numa operação na entrada do seu município. Questionou-me de onde vinha e para onde ia, ao que respondi; Venho de Benguela e vou conhecer uma igreja que dizem ser muito bonita e de características próprias ao dizer isto o mesmo polícia disse-me:
Seja muito bem-vindo ao município do Bailundo, nós temos para além dessa igreja que fica mais ou menos x km também temos outros pontos. Mas quero que saiba que quem nos visita é sempre bem-vindo.
Este foi para mim o reflexo positivo de um polícia com uma atitude fantástica e exemplo de um ser humano que gosta de receber na sua terra e está disponível pra me ajudar.
Instituições bancárias e sistemas de pagamento
Falamos em desenvolvimento do turismo e lá está o negócio e as instruções bancárias. Estas têm de se adaptar á realidade e afetivamente melhorar os serviços fornecidos, olhando para este setor como uma boa possibilidade de negócio, sabendo que as instituições bancárias foram feitas para ganhar dinheiro vendendo dinheiro as mesmas também têm de estar disponíveis para criarem condições como foram criadas recentemente para agricultura ou indústria.
Trabalhar com as taxas de juro existentes no mercado é praticamente impossível para o empresário que quer desenvolver o seu negócio. Com as atuais taxas o empresário tem de programar o seu negocio para o retorno imediato, pois a medio prazo é engolido pelas taxas de juro.
Mas também temos de modernizar os nossos métodos de pagamento a nível nacional:
· GPRS - uma das principais dificuldades para utilização dos tradicionais métodos de pagamento são as redes de comunicação, pois muitas das zonas de Angola continuam sem cobertura de sinal GPRS inviabilizando os pagamentos eletrónicos.
· VISA - a nível internacional os que pretendem visitar angola não têm acesso a fazer pagamentos com a sua rede Visa na maior parte dos estabelecimentos devido; uns a custos e outros falta do serviço na instituição financeira.
· Pré-Autorizações – A nível mundial as pre-autorizações em cartão de crédito são uma pratica corrente, mas em Angola este serviço não está disponível junto das instituições bancarias
Angola preciso efetivamente olhar para este segmento com olhos de ver, pois é uma forma de arrecadar receitas permitindo entrada de dólares e os euros na balança comercial e sistema monetário Nacional.
Angola com a abertura que tem neste momento, acaba por mostrar a todos que quer receber visitantes, mas, antes de começarem a entrar as centenas de pessoas por essas fronteiras adentro, temos de nos preocupar em criar efetivamente a nossa cultura turística local, temos que nos preocupar em criar condições para quando recebermos alguém se sinta bem-vindo e acolhido neste país fantástico que chama Angola.
O turismo tem capacidade para ser o motor da economia sustentável e basta para isso darmos ao turismo de uma verdadeira oportunidade.
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